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Data: 22 de março, 2017Imprimir

No Dia Mundial da Água, o senador Otto Alencar (PSD-BA), voltou a abordar a grave situação do São Francisco e a defender a revitalização urgente da bacia do rio da integração nacional, desta vez na primeira reunião deliberativa sob a sua presidência da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT). “O São Francisco é como um ente generoso que deu tudo de si e não recebeu nada em troca”, afirmou. Ele anunciou que recebeu a informação de que o governo federal vai editar uma medida provisória criando um fundo para alocar recursos e finalmente iniciar de forma permanente a revitalização do Velho Chico.

A informação foi dada pelo ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho. O senador, o ministro, prefeitos baianos, a presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Kênia Régia Anasenko Marcelino e o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Renato Newton Ramlow estiveram reunidos no final da tarde da última quarta-feira (21/3).

“Se realmente essa decisão for tomada e a revitalização começar será a mais acertada para o Nordeste brasileiro”, considerou Otto Alencar. A luta em defesa do Velho Chico acompanha há muitos anos o senador.  A bacia do Rio São Francisco envolve 505 municípios, onde vivem cerca de 16,5 milhões de pessoas. “Só se produz água, plantando árvores”, disse o senador.

Recentemente, Otto Alencar inaugurou, em Bom Jesus da Lapa, o primeiro Reviveiro Velho Chico, projeto idealizado por ele, que agrega educação ambiental com a produção de mudas nativas para restauração ecológica de áreas degradadas.

Desde o ano passado, o senador defende que o governo federal decrete situação de emergência na bacia do Velho Chico. Segundo o senador, a situação do rio é muito grave. “Os afluentes na margem direita do São Francisco já morreram no estado da Bahia. Em Minas, 70% dos córregos e ribeirões que alimentam o rio secaram. A situação é gravíssima. Se continuar assim o rio morre até 2030”, avaliou.

Otto Alencar ressaltou que a erosão, o desmatamento e a utilização da água para irrigação de forma desordenada são fatores que fazem os afluentes do Rio São Francisco secarem.

“O principal sinal de morte de um rio é quando o oceano entra no rio. Já estamos com quase 15 quilômetros de penetração das águas do oceano Atlântico no Rio São Francisco”, lamentou.

De acordo com o senador, a transposição das águas do Velho Chico foi acertada, mas de nada valerá se não houver investimento na revitalização. “Foram gastos R$ 9 bilhões em transposição e não vai ter água para suprimento dos estados receptores das águas do Rio São Francisco se o rio não for recuperado”, disse.

Abastecimento semiárido da Bahia – Otto Alencar e prefeitos baianos trataram com o ministro da Integração Nacional ações para garantir o abastecimento de água no semiárido baiano que sofre com anos seguidos de seca. As ações são executadas por meio do programa do Exército com caminhões pipas em comunidades rurais.

Estiveram na reunião o senador, o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) e prefeito de Bom Jesus da Lapa, Eures Ribeiro Pereira e os prefeitos José Henrique Silva Tigre (Belo Campo), Dival Medeiros Pinheiro (Lamarão), Miguel Crisostomo Borges Neto (Riachão das Neves), Assuero Alves de Oliveira (Jaborandi) e Márcio Ferraz (Tremedal).

“A Bahia tem a maior população rural do Brasil, cinco milhões de habitantes. O ministro decidiu que irá ampliar os serviços”, afirmou.

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