A presidente Dilma Roussef disse, ontem, que a revitalização do Rio São Francisco é prioridade do seu governo e assegurou que os R$ 175 milhões previstos no orçamento da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) para este fim não serão impactados pelo programa de ajuste fiscal.
O anúncio foi feito pela presidente numa reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, que contou com a presença de quatro ministros de estado – Gilberto Occhi, da Integração Nacional; Izabella Teixeira, do Meio Ambiente; Nelson Barbosa, do Planejamento; e Jaques Wagner, da Defesa – do presidente da Codevasf, Elmo Vaz, do senador Otto Alencar (PSD-BA).
Dilma pediu aos ministros um plano, a ser apresentado em 30 dias, para intensificar as ações de revitalização ao longo dos 2.700 km do Rio São Francisco – desde a nascente, em São Roque de Minas, na Serra da Canastra (MG), até a foz do rio, no estado de Alagoas.
Segurança Nacional
De acordo com Otto Alencar, que conseguiu dar um passo importante na sua campanha pela revitalização do Rio Francisco, a presidente cobrou dos ministros um esforço para ampliar os investimentos destinados ao replantio das matas ciliares (situadas nas margens dos rios) e à conclusão dos serviços de saneamento básico de cerca de 160 cidades ribeirinhas ou próximas ao rio.
Dilma frisou, ainda segundo o senador, que ela encara a revitalização e transposição do Rio São Francisco como uma questão de segurança nacional, porque o Nordeste não tem outro manancial com tal vazão para abastecer a região. Além do estado de Minas gerais, o rio cobre a Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Quando a transposição estiver concluída, dentro de um ano e meio, segundo informou o ministro da Integração, Gilberto Occhi, as águas do Velho Chico vão chegar a Alagoas, Paraíba, Ceará e ao Rio Grande do Norte.
“Estou muito feliz porque a presidente disse textualmente que a revitalização do São Francisco é sua prioridade, tanto que determinou aos ministros um plano de longo prazo para não deixar o rio morrer”, disse o senador, que convidou Dilma para vir à Bahia, em Junho, participar da Romaria da Terra e das Águas, em Bom Jesus da Lapa. No Senado, Otto Alencar tem chamado a atenção do Governo Federal para o engano de só cuidar da transposição. “Se não cuidar da revitalização do rio, ou seja, do combate à erosão, ao assoreamento dos afluentes e braços do rio, e das matas ciliares, em 20 anos não teremos água para o consumo, a irrigação, a indústria e a geração de energia”.
Conhecedor dos problemas do semiárido baiano, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, disse que o Exército teria como colaborar, já que atuou, no seu governo, na revitalização de 10 km do rio, no trecho que margeia o município de Barra, no sertão baiano.
Fonte: Jornal A Tarde